4 de abril de 2012

Precoce, Neymar chega aos 200 jogos e já tem currículo de veterano.


Craque coleciona golaços, títulos importantes, inédito prêmio de gol mais bonito da Fifa e recusa de propostas milionárias. Tudo com apenas 20 anos.


Neymar no desembarque do Santos (Foto: Ag. Estado)

Há exatos 1124 dias você, torcedor, começou a aprecia o futebol de Neymar. Este é o tempo de carreira do craque do Santos: três anos e um mês, contados desde a primeira vez que o camisa 11 pisou em um gramado como jogador profissional, até esta quarta-feira, data da sua partida de número 200, contra o Internacional, pelo Grupo 1 da Taça Libertadores. Aos 20 anos, o "terceiro raio" da Vila Belmiro é a maior esperança da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2014, e ainda assombra a todos por ser tão precoce. As espinhas no rosto e a cara de moleque podem até enganar, mas ele já tem currículo de veterano.

- Fico feliz em atingir mais uma marca. A vontade de jogar esta partida de número 200 é a mesma de quando vesti a camisa do Santos pela primeira vez - disse o craque, em entrevista ao seu site oficial.

Tal declaração pode parecer clichê, mas se tratando de Neymar tudo é diferente. Logo em sua primeira Taça Libertadores, ele já foi campeão, e como protagonista, aos 19 anos. O ídolo Robinho conseguiu, com a mesma idade, chegar até a final da competição continental, mas parou com o Peixe diante do Boca Juniors em 2003. Nem mesmo Pelé alcançou tal feito tão rapidamente. É verdade que na época do maior jogador de todos os tempos o Alvinegro estreou no torneio em 1962, justamente quando o Rei também debutava e levantava o troféu do campeonato, mas aos 21 anos.

O mais importante título de Neymar é um entre os seis já conquistados até hoje com Peixe e Seleção Brasileira (principal e de base). Fora os vários prêmios individuais, entre os quais se destacam o Puskás, de gol mais bonito de 2011 pela obra-prima contra o Flamengo; o de "Rei da América" do mesmo ano, pelo jornal "El País"; e os de melhor jogador do Brasileiro (2011) e Paulistão (2010 e 2011).
Tudo isso sem contar os campeonatos em que foi artilheiro. Ao todo, são 113 gols em 199 jogos como profissional. Em comparação com o rival e amigo gaúcho desta noite, Leandro Damião, há clara diferença. Aos 22 anos, dois a mais que Neymar, Damião tem 109 partidas e 66 gols.
Durante os pouco mais de três anos em que entrou em campo, o camisa 11 já provou que não é só um goleador. Nos pés do craque o gol vira arte. E o próprio Internacional, adversário nesta quarta, às 21h50m (de Brasília), no Beira-Rio, sabe bem disso. Na partida de ida, o atacante deu exemplo ao levar toda a defesa colorada e marcar, por duas vezes, duas pinturas na Vila Belmiro.
Tantas arrancadas, dribles, gols e jogadas fora do comum despertaram a atenção de gigantes europeus neste curto período do atleta como profissional. Mas, em atos também raros para o futebol nacional, Neymar e o Santos disseram "não" a Chelsea, Barcelona e Real Madrid, três dos principais postulantes ao futebol do jogador.
Apesar dos inúmeros feitos precoces, nem só de alegrias viveu o jogador. Técnico do Colorado e ex-comandante do garoto, Dorival Júnior sabe bem disso. Foi com o treinador que Neymar viveu a maior polêmica da carreira, dentre algumas ocorridas no ano de 2010. Após xingamentos e discussão ríspida com o então comandante, em partida diante do Atlético-GO, o craque foi cortado de um clássico contra o Corinthians pelo treinador, que acabou demitido por contrariar a diretoria.
Domada a imagem de "menino-problema", "cai-cai" e com o fim das polêmicas, o jogador também virou um fenômeno de marketing. Ao todo, possui dez patrocinadores em diversos segmentos que, juntos com o Santos, garantem ganhos próximos aos R$ 2 milhões mensais. Carisma, futebol empolgante e aparições frequentes na TV tornaram Neymar um popstar. Celebridade, por onde passa o garoto arrasta multidões de "Neymarzetes".
E não é só na bola que o atleta é precoce. Na vida pessoal, o jogador teve um filho bem antes do esperado. Aos 19 anos, virou pai de Davi Lucca. Após o baque inicial pela notícia, ele se acostumou com a situação e hoje desfruta o lado bom da paternidade. Antes de viajar a Porto Alegre, ficou com o pequeno de oito meses no CT Rei Pelé.
Golaços, polêmicas, dinheiro, títulos, prêmios, fama e um filho. Fatos que normalmente levam uma vida inteira para acontecer se sucederam em um espaço de três anos com Neymar. Nesta quarta-feira, contra o Internacional, ele tem seu jogo de número 200 para seguir fazendo mais com a bola, responsável por tudo o que aconteceu com o ídolo do Brasil.

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